EXPOSIÇÃO "ÁFRICA: OLHARES CURIOSOS", Hilton Silva

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Cidade de Senador José Porfírio recebe o projeto Afro-Pará


De 09 a 11 de novembro, professores/as, gestores/as e técnicos/as que atuam nas Redes Estadual e Municipal de Educação do município de Senador José Porfírio, também chamado carinhosamente de Souzel, participaram do primeiro módulo do Projeto Afro-Pará, que garante formação continuada para implementação da Lei 10.639/2003, instituindo o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira na Educação Básica.

Foram dias intensivos de trabalho, leituras e reflexões coletivas de textos, debate sobre filmes que apresentam a realidade do continente africano. O acolhimento foi da Escola Estadual de Ensino Médio Rosa Alvarez Rebelo. A coordenação da formação ficou por conta da pedagoga Simone Araújo e do sociólogo Tony Vilhena.

Muitos professores/as relataram que já fizeram cursos específicos sobre a Lei 10.639, isto facilitou o desenvolvimento do curso, pois a partilha das experiências agilizou a abordagem dos conteúdos. O próximo passo será realizado a distância pela plataforma virtual MADAE e, no primeiro semestre de 2017, haverá novo encontro presencial em Souzel.

COM CIÊNCIAS AFRICANAS
Profa. Ester Silva
A professora Ester Alves da Silva é professora de língua portuguesa na escola estadual Rosa Alvarez Rebelo e escola municipal Jorge Queiroz de Moraes Neto, em Senador José Porfírio.
A docente coordena um projeto de africanidades na escola, neste ano o tema do projeto será "Com Ciências Africanas", ocorrerá em meados de dezembro, visando trabalhar as diversas contribuições científicas da África para o mundo, além de divulgar personalidade africanas da política e das artes.

A participação dos estudantes é um dos pontos fortes do projeto, pois "eles estão presentes em cem porcento das fases, eles fazem tudo, desde o debate de escolha dos temas, a pesquisa científica até na montagem das barracas com os equipamentos de presentação ao público que visita a Feira", explica Ester Silva.
Se espera com este projeto no cotidiano da escola é que a comunidade escolar reconheça a diversidade étnico-racial presente na composição do povo brasileiro e reconheça a origem de sua história, "pois todos nós somos filhos da África e precisamos desmitificar a historiografia que apresenta o negro só como escravo, que nos conscientizemos da importância de se estudar a África e que está consciência contribua contra o preconceito racial", conclui a professora. 
O público que participa do projeto é composto por visitas organizadas de outras escolas, mães, pais e responsáveis dos estudantes envolvidos, além da comunidade em geral. As dificuldades enfrentadas estão nos custos do evento. Mas estas dificuldades são vencidas pela determinação e auto-mobilização dos estudantes e professores que fazem coletas e rifas para arrecadar fundos que cubram as despesas. Cada turma ajuda do seu jeito e dentro de suas possibilidades, fortalecendo o espírito de grupo dos organizadores. Aguardaremos notícias para compartilharmos mais esta experiência exitosa de implementação da Lei 10.639 nas escolas públicas do Pará.


Texto e fotos: Simone Araújo e Tony Vilhena

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