EXPOSIÇÃO "ÁFRICA: OLHARES CURIOSOS", Hilton Silva

terça-feira, 21 de março de 2017

Em dia internacional, ONU pede que países combatam discursos de ódio

Estudantes da escola estadual "Ademar de Vasconcelos", em Salvaterra/PA
Na ocasião do Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial, o chefe de direitos humanos das Nações Unidas disse que governos do mundo todo têm a obrigação legal de acabar com o discurso e os crimes de ódio, e pediu que pessoas de todos os lugares “defendam os direitos de alguém”.
“Políticas de divisão e retórica de intolerância estão tendo como alvo minorias raciais, étnicas, linguísticas e religiosas, além de migrantes e refugiados. As palavras que incitam medo e ódio podem, e conseguem, ter consequências reais”, disse o alto-comissário da ONU para os direitos humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein.
Na ocasião do Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial, o chefe de direitos humanos das Nações Unidas disse que governos do mundo todo têm a obrigação legal de acabar com o discurso e os crimes de ódio, e pediu que pessoas de todos os lugares “defendam os direitos de alguém”.
“Políticas de divisão e retórica de intolerância estão tendo como alvo minorias raciais, étnicas, linguísticas e religiosas, além de migrantes e refugiados. As palavras que incitam medo e ódio podem, e conseguem, ter consequências reais”, disse o alto-comissário da ONU para os direitos humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein.
O comentário foi feito na ocasião do Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial, lembrado anualmente em 21 de março. O tema deste ano é o fim do “perfilamento racial” e o incitamento ao ódio, incluindo as atitudes das pessoas em relação à migração.
Na Cúpula para Migrantes e Refugiados em setembro de 2016, Estados-membros adotaram uma declaração que condenava fortemente atos e manifestações de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância.
A cúpula também lançou uma campanha para mudar percepções e atitudes negativas em relação a migrantes e refugiados.
Em comunicado, Zeid disse que os Estados não podem autorizar a disseminação do racismo e da xenofobia, tendo a “obrigação legal de proibir e eliminar a discriminação racial, para garantir o direito de todos, não importa a raça, cor, nacionalidade ou origem étnica, a serem tratados igualmente perante a lei”.
Ele pediu que os governos adotassem legislação que proíba expressamente o racismo e o discurso de ódio, incluindo a disseminação de ideias baseadas na superioridade racial ou no ódio, no incitamento à discriminação racial e ameaças ou incitamento à violência.
“Não se trata de um ataque à liberdade de expressão ou de silenciar ideias controvérsias ou críticas, mas de um reconhecimento de que o direito à liberdade de expressão carrega consigo deveres e responsabilidades especiais”, disse Zeid.

Discriminação racial perpetua desigualdades

Em comunicado, a diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Irina Bokova, disse que a discriminação racial é um veneno que enfraquece os indivíduos e as sociedades, perpetua a desigualdade e alimenta a raiva, a amargura e a violência.
“A luta contra o racismo e todas as formas de discriminação é um pilar da paz e da coesão social, especialmente nas nossas sociedades cada vez mais diversas”, declarou Bokova.
Na ocasião do Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial, a UNESCO convidou todos os Estados-membros e parceiros a intensificarem seus esforços para construir um mundo mais inclusivo, generoso e justo.
“Um dos baluartes contra a discriminação racial é educação, consciência acerca da debilidade das pseudoteorias raciais e o conhecimento dos crimes cometidos em nome desses preconceitos ao longo da história. Nesse espírito, a UNESCO trabalha com professores, museus e editoras para buscar combater estereótipos que estigmatizam indivíduos e povos por causa da sua cor de pele, origem ou filiação.”
Segundo Bokova, não basta reconhecer os efeitos nocivos do racismo. “Nós também precisamos das ferramentas e instintos para combatê-lo e condená-lo onde quer que ele ocorra, sob qualquer forma, desde a mais mesquinha e cotidiana humilhação até a violência agravada”, declarou.
“Essa luta começa na mente de cada um de nós e deve ser transmitida de todas as formas possíveis.”

Fone: ONU

Estudantes discutem a questão racial em projeto da Seduc



Alunos do ensino fundamental menor, com crianças de 6 a 10 anos, da Escola Estadual Rui Barata, receberam nesta segunda-feira (20) o projeto Tela Negra, desenvolvido pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) nas escolas da região metropolitana de Belém. Com o uso de filmes e documentários, a iniciativa leva para instituições de ensino discussões sobre as relações étnicas e raciais, objetivando fomentar o estudo da cultura africana e a promoção da igualdade racial.

Após assistirem aos filmes, os alunos têm um momento de reflexão e discussão, liderados por especialistas em educação da Coordenadoria de Educação para a Promoção da Igualdade Racial (Copir). Para Hilda Cristina Ribeiro, da Copir, o projeto tem papel importante na luta contra o racismo e o preconceito, pois as crianças passam a entender desde cedo que não devem tratar os colegas de forma diferente em função da cor.

"O maior objetivo é combater o racismo. Trabalhar a história africana com essas crianças é muito importante. Conhecer a sua identidade e cultura é primordial para esses pequenos, pois a maioria do povo brasileiro não conhece a própria história, então os estudantes precisam aprender e disseminar sua cultura", enfatizou Hilda Ribeiro.

Os estudantes assistiram ao filme "Pode me chamar de Nadir e vista a minha pele", que retrata o preconceito contra crianças negras e a forma como são tratadas na sociedade, e ao documentário "Disque Quilombola", que aborda a história do povo quilombola, as diferenças e realidades de um grupo que foi morar na cidade e outro que permaneceu no quilombo. A história é contada por crianças que se comunicam por meio de um telefone feito de lata e barbante. A aluna Izabel Ferreira, 9 anos, assistia a tudo com muita atenção. "Estou gostando muito", disse.

Formação – O ensino de História e Cultura Africanas e Afro-Brasileiras, obrigatório nas escolas do país, foi instituído em 2013 pela Lei 10.639. O Conselho Nacional de Educação aprovou as Diretrizes Curriculares para a Educação das Relações Étnico-Raciais e o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileiras e Africanas a serem executadas pelos estabelecimentos de ensino de diferentes níveis e modalidades, cabendo aos sistemas de ensino orientar e promover a formação de professores e supervisionar o cumprimento das diretrizes.

A Copir, da Seduc, tem promovido a formação inicial e continuada de professores da rede pública, além de trabalhar diretamente com o aluno, em projetos como o Tela Negra. As principais ações voltadas para a formação de professores são a Afro-Pará, que trabalha a formação inicial e continuada de professores da rede pública de ensino da capital e interior, e a Etnicidade, que foca na formação de professores e alunos quilombolas em diversos municípios do Estado. O projeto Tela Negra ocorre durante o ano e culmina no dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.

Por Eliane Cardoso - Ascom/Seduc
Fotos: Paulo Lobo - Ascom/Seduc

quinta-feira, 9 de março de 2017

EQUIDADE RACIAL: educação quilombola em perspectiva.



Filmado em Tracuateua/PA,. Vencedor do Premio "Melhor Filme" pelo Júri Popular, Festival Internacional de Cinema do Caeté (FICCA), 2016, em Bragança/PA.

Uma produção com direção do professor Danilo Gustavo Aps